As vendas globais de defensivos agrícolas químicos em 2018 aumentaram em 4,2 %, US $ 56,500 milhões, segundo análise preliminar de Phillips McDougall.
As vendas de todos os pesticidas, incluindo os não-agrícolas, subiram 4,1 %, US $ 64,038 milhões. O crescimento foi ligeiramente mais fraco para as vendas de pesticidas não-agrícolas, que subiram 3,1 %, US $ 7,538 milhões.
A recuperação do mercado brasileiro, o maior do mundo, é o maior impulsionador do crescimento do ano passado, conforme informado pelo consultado. O inventário “excessivo’’ de protetores de culturas, que resultou no declínio de 2017, foi abordado e não é mais um problema, explica.
Phillips McDougall também destaca que os preços de protetores de culturas são geralmente altos, resultando em parte escassez da oferta. Em especial, nota-se que os produtos originários da China possuem preços mais elevados, por conta das pressões ambientais e consolidação na indústria nacional. Os preços também foram impulsionados por causa das tarifas impostas pelos EUA sobre algumas importações de produtos químicos chineses. Cita as empresas agroquímicas Albaugh e FMC, que em parte tiveram aumento de preço como resultado das tarifas mais altas.
Oito ingredientes ativos foram lançados em 2018, o “maior número de introdução de novos produtos desde 2012”. Eles incluem: três inseticidas, sendo: flumetoquin da Nippon Kayaku, afidopyropen (marca comercial: Iscalis) da Basf/Miji Seika Pharma e triflumezopyrim (marca comercial: Pyraxalt) da DowDuPont; flucametamide, um inseticida/acaricida da Nissan Chemicals; três herbicidas, sendo: fenquinotrione da Kumiai Chemical, flotpyrauxifen-benzyl (marca comercial: Rinskor) e tiafenacil da FarmHanong; e também um fungicida, pyraziflumid da Nihon Mohyaku.
Regiões
As vendas para proteção de culturas aumentaram em todas as regiões reportadas. As vendas foram liderados pela América Latina, com o Oriente Médio/África por último.
A Ásia registrou um crescimento de pouco menos de 5% por conta de “clima bom”, impulsionando as vendas na Índia e na China. A ‘’alta’’ do preço dos pesticidas, que aumentou entre 10-20%, impulsionou o mercado chinês. A queda de taxas e aumento do preço dos produtos ocorreu parcialmente por conta da política de “crescimento zero” do governo, com o objetivo de reduzir ou diminuir gradativamente o uso de pesticidas no país. A Tailândia teve um ano “forte”, inclusive para a cultura do arroz. Em contraste, as secas na Austrália e na Indonésia, e o estoque “excessivo” no Vietnã deprimiu seus mercados nacionais. O mercado japonês foi regular, aumentando apenas 0,1% no ano até setembro.
Phillips McDougal antecipa que um crescimento de 6% será registrado pela América Latina, liderado pelo Brasil. A maioria das empresas líderes de mercado relataram crescimento nesta região. No entanto, a Argentina teve alguns problemas com a seca, que acabou impactando em suas vendas. Pressão de doença relativamente baixa e problemas relacionados à resistência ao herbicida Glifosato, foram também causas da queda do mercado.
O mercado europeu contou com clima ruim nos principais países da Europa Ocidental, porém, foi equilibrado pelo crescimento do mercado em novos estados membros no leste e as principais nações ex-soviéticas, especialmente a Rússia e Ucrânia. Esses mercados continuaram a crescer, onde o aumento das exportações incentivou o crescimento da maioria das áreas de cultivo de cereais.
O consultado informa “preços fortes” na América do Norte. Parte disso é resultado do aumento de número de produtos, visto que o uso do glifosato continua a diminuir e herbicidas mais caros o substituem.
O outro fator foi o aumento do preço na China. A área de soja geneticamente modificada tolerante à dicamba dobrou de 25 milhões de acres (10 milhões de ha) para cerca de 50 milhões de acres nos EUA, com esperados aumentos para tratamentos mais caros.
O mercado em todo o Oriente Médio e África subiu pouco menos de 2%.
Venda de produtos para proteção de culturas por região (em milhões de $)
Panorama
Em suma, Phillips McDougall estima um mercado “relativamente regular” em 2019. Ele relata um forte início da temporada de plantio no hemisfério sul. Isto é parcialmente em resposta às tarifas chinesas sobre as importações de soja dos EUA, em retaliação àquelas na direção oposta. Isso beneficiou os exportadores de soja, principalmente na Argentina e, até certo ponto, no Brasil. Isso é bom para as vendas de defensivos agrícolas no início do ano, estima o consultado.
Há relatos do fenômeno El Niño – embora “fraco” em comparação com 2015/16 – que impulsionaria a colheita de soja no Brasil. Qualquer desenvolvimento do El Niño têm o potencial de impactar a produção na região Ásia-Pacífico, onde a região historicamente vem experimentando condições geralmente secas, com chuvas de monção reduzidas sob tais circunstâncias.
A inovação da indústria parece que pode ser semelhante à de 2018, com seis novos IAs marcados para lançamento. Incluem: o fungicida inibidor da biossíntese de isopropylazole esterol da BASF, o mefentriuconazole (marca registrada: Revysol); Inseticida diamida da divisão CropScience da Bayer, o tetraniliprole; O nematicida da Bayer, legado da Monsanto, o tioxazafen; Fungicida de amplo espectro da FMC, o F9650; e o fungicida da DowDuPont, o fenpicoxamida.
O consultado prevê aumento na demanda por herbicidas de “maior valor” do que o glifosato após a crescente adoção de características que conferem tolerância a esses herbicidas de ‘’maior valor’’. Eles incluem “notavelmente”, dicamba e 2,4-D.
Fonte: Agrow