Os pesticidas estão aí para matar insetos, ácaros, nematóides, fungos, bactérias ou ervas daninhas que roubam nossa comida no campo antes de chegarem às prateleiras dos supermercados ou nas bancas das feiras livres. Estão aí também para assassinar ratos, baratas, pulgas, carrapatos, mosquitos e uma série de seres que solapam a saúde humana.
O praguicida é a ferramenta de guerra que o ser humano desenvolveu para lutar contra seus incansáveis inimigos. Não há trégua, não há acordo, não há armistício. É guerra continuada, eternizada. Para lidar com essa ferramenta, porém, é preciso cautela. E, a primeira delas é a autorização para fabricar e comercializar. Os estudos exigidos são muitos, o custo é alto e…o mercado é concorrido.
Nesse cenário surge um tipo especial de empresário periférico no negócio desse insumo. Aquele que mantém o espírito empreendedor ao lado do aventureiro. Quer ser um cidadão cumpridor dos deveres, não optando por contrabando ou falsificação de produtos ou comercialização sem qualquer registro obrigatório, mas que por outro lado se insurge contra a barreira “intransponível” do sistema de registro de agrotóxicos. Seu lado aventureiro se acentua e, então, parte para um caminho pseudo-legal, aproveitando-se de estarmos em um mundo inundado de velozes informações, em que até os vizinhos pouco se reconhecem, enxergam apenas um borrão das figuras passando. Sua consciência culpa o sistema brasileiro de registro de agrotóxico, buscando um perdão íntimo.